29 de mar. de 2023

Por tanto te amar

 

Tentei-te falar do sol que sempre nasce 
Do tempo que correr faz com que a dor passe 
Mas nada nos teus olhos brilha 
Sobre este mundo e as suas maravilhas 
Tentei-te falar da água das fontes 
Deste verde prado e do cume dos montes 
Mas nada no teu corpo acorda 
O mundo tem-te numa corda 

Tu queres te soltar como os navios 
Para uma viagem sem regresso 
Falas-me da dor dos dias frios 
E do amor que te ardeu o avesso 
Tu queres te soltar como os navios 
Com um adeus e nada a acrescentar 
Nos meus olhos correm mil rios 
Mas deixo-te ir por tanto te amar 

 Tentei te falar da neve nas colinas 
Do amor que ao chegar faz sorrir as meninas 
Mas nada no teu peito pede 
O mundo matou-te de sede 
Tentei te falar das flores lá das ribeiras 
Dos versos dos cantores e do calor das fogueiras 
Mas nada te devolve o norte 
A vida entregou-te a morte 

Tu queres te soltar como os navios 
Para uma viagem sem regresso 
Falas-me da dor dos dias frios 
E do amor que te ardeu o avesso 
Tu queres te soltar como os navios 
Com um adeus e nada a acrescentar 
Dos meus olhos correm mil rios 
Mas deixo-te ir por tanto te amar

Para uma viagem sem regresso 
Falas-me da dor dos dias frios 
E do amor que te ardeu o avesso 
Tu queres te soltar como os navios 
Com um adeus e nada a acrescentar 
Dos meus olhos correm mil rios 
Mas deixo-te ir por tanto te amar

Mariza

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