31 de dez. de 2021

Vem pra mim amor

Sim passou o ano
Mais um  que voou
Com ele meus sonhos e os seus.
Aos poucos percebo,
Já é curto o tempo!
E fica mais e mais!
Seus medos e sua insegurança nos aprisionam,
Em um lapso temporal que mistura e confunde a realidade!
Seria apenas um sonho?
Ou estamos em real harmonia?
Seria apenas um desejo?
Ou na verdade uma distonia
Que se repete dolorosamente com tua presença?
Prove que estou errado!
Ainda dá tempo neste ano!
Vem pra mim amor!!!

28 de dez. de 2021

Previsões para o novo ano - Fale em 2022

 

Tenho certeza que o tempo em 2022
passará tão depressa quanto tem passado nos últimos anos. 
Tenho certeza que não notaremos sua passagem
ao menos que um de nós a faça antes do tempo. 
Tenho certeza que todo o tempo será 
pouco para o muito que ainda temos para nos dizer. 
Não percamos tempo então, 
"falemos"!
Antes que o tempo passe e nos arrependamos de não ter dito algo que precisávamos. 
O tempo é nosso aliado e inimigo. 
O relógio da vida não para!
O tempo que teremos será o que necessitamos.

10 de dez. de 2021

Garras do tempo

Então, é assim.
Como se não houvesse hoje,
Ou amanhã.
Como se o trapézio parasse.
E todos, 
Em queda livre, desabassem,
Sem rede de proteção!
Faz-se assim o pavor,
O medo!
Talvez perceba a armadilha e fuja!
Quem sabe o brilho de tua luz os confunda!
E, faça-os fugir das garras,
Das garras do tempo!

1 de dez. de 2021

Vem brincar

 Hoje é dia de brincar

Vamos então!!!

Brinca, estou brincando, 

Meu coração acredita que estou brincando

Minha voz acredita, estou brincando!

Até você acredita,

Estou brincando!

Mas é sério!!!!

Não brinco com coisa séria!

E, é séria!

Mesmo que se fale brincando

Ou se faça brincanado!

Para mim a coisa é séria...

Eu falo, sério,

Te amo e, com isso eu não brinco!

Então fala sério.

Você me ama também?

Ou vamos continuar com essa brincadeira.


6 de nov. de 2021

Dor


Sinónimo de dor é seu nome,
É padecimento,
É tortura!
Amar sem ser amado,
Viver por viver longe do ser desejado,
Sem toque, sem carinho, sem ser apetecido,
Mais que isto, sem ser querido!
Logo eu que te quero tanto!
Que dedico minha vida inteira para afagar teu pranto!
Aguardo o tempo destinar minha vida,
E então sem curar as feridas,
Dispor á ti querida,
O que restar de mim.
Mas tenha certeza,
O que sobrar será eternamente teu!

29 de out. de 2021

Amor


 Se existe uma forma diferente de dizer te amo, ela se expressa com tua imagem.

12 de set. de 2021

Perfume de Jasmim

 

Pôr do sol no Pontal da Barra - Laranjal - Pelotas

Vai-se o sol, fica a luz da alma,

O brilho das estrelas,

O piscar dos vagalumes.

Enfraquece o vento e trás a calma.

Vai-se o sol e vem o sereno 

Sublimando o perfume do jasmim!





8 de set. de 2021

Como uma tatuagem


Você está em mim, 

Como uma tatuagem,

Impossível apagar ou disfarçar.

Como marca de nascença,

Difícil camuflar ou encobrir.

Você está assim pra mim,

Na pele pura no arrepio profundo do existir,

Amor, assim,

Você está pra mim!

6 de set. de 2021

Você



 




Devo confessar minha vontade, 
Meu desejo meu tesão, 
Minha dominação. 
Você! 
Controle de meus desejos, 
Você! 
De todos meus sentimentos, 
Você! 
Se fico quieto o faço barulho, 
Você! 
Razão inexplicável de tudo, ou quase... 
Você.
Como te desejo tanto assim se me negas?
Será que faltaram regras?

29 de ago. de 2021

Não faz tanto tempo assim - (sem revisão)

 


Não faz tanto tempo assim, minha rua tinha vida! Tinha grito de criança, correria e brincadeiras e, não faz tanto tempo assim. 

Nós, os vizinhos, nos conhecíamos pelo nome, sabíamos o número do telefone e podíamos contar com o olhar zeloso de cada um pelo bem do outro e, não faz tanto tempo assim! 

 Nossos filhos e netos andavam de patins, bicicleta, jogavam bola, corriam, brincavam e na tardinha sentavam â beira da calçada para lembrar do dia sem preocupações e, na hora de se recolher, cansados, só reclamavam por reclamar e podíamos dar boa tarde ou boa noite com a certeza que teríamos uma noite de paz. Saudades desse tempo! 

 Saudades da Lulu e do Pedrinho espiando por cima do muro da dona Iara! Do Arthur e da Maria Victoria, do Leonardo e da Rafaela! Da Alice e da Echiley e outras tantas crianças que corriam por nossa rua atrás de um único sonho, ser feliz! E, não faz tanto tempo assim...

Onde perdemos o controle? Quando deixamos escapar de nossas mãos essas lindas e sorridentes fontes de inspiração???

Tempo bom e, não faz tanto tempo assim!!!

6 de ago. de 2021

Se um dia provares do meu abraço

 E entre meus tropeços e passos as cegas,

Sigo arrastando minha alma,

Controlo meu pensamento para não ser grosseiro,

Ainda não perdi a gentileza!

E isso é um bom sinal!

Sou humano,

Não sou animal...

Controlo minha emoção.

Posso até gritar que te amo,

Quem ouviria? Você?

Duvido, estas entre outros braços, 

Dentro de abraços,

Que culpa terias se nunca experimentasses,

O meu!

4 de ago. de 2021

O comunista do Café Rian - IX

O movimento da rua visto pelo reflexo das vitrines era surreal, somente uma mente doentia poderia ver no comum, o inusitado. Esse era ele, Nilo. 

Certa vez passávamos em frente a Casa Lyra e o aroma da essência  dos perfumes importado tomava conta da rua. Ele, conseguiu ver um agente do DOPS do outro lado da rua pelo reflexo da vitrine associando o aroma ao nome de um colega que ele chamava de bolchevique...

_Olha lá! Já estão na cola do bolchevique por causa do Krásnaia Moskva barato que ele usa!

Era maravilhoso sentir aquelas misturas e observar as moças em pleno "footing" saindo da Casa Sloper com maquiagens personalizadas e penteados impecáveis. 

Meu tio adorava entrar na Sloper para ver os cristais. Eu, para ver os brinquedos. Nilo, só para criticar os preços.

Cada um com sua mania. 

3 de ago. de 2021

Um dia revelo-te


Deixarei tua imagem em segurança,
No meu coração e no sistema!
Guardarei os terabytes de lembranças em minha memória
Até que os pixels das tuas fotos se separem,
Mas isso vai levar tempo,
Pois a nuvem que guardo cada brilho de olhar
Cada sorriso e todos os cheiros da paixão que me faz lembrar você,
 Está longe...
Acima das cirrostratus
Além de um backup qualquer,
 Porque eu te amo!
E não sei viver sem esse amor
 

1 de ago. de 2021

Eu, sim sou eu

Então sou!

Eu simplesmente eu.

Turva-me a visão! 

Rogo a todos os ébrios uma posição.

Sou eu?

Se sim sou!

Quisera que não fosse...

Mas se a maioria vence.

Sou eu sim, apaixonado outra vez!

Que tristeza!

Com certeza!

Lamentarei em uma próxima edição!

22 de jul. de 2021

O comunista do Café Rian - VIII


Na verdade mudar bruscamente de assunto, era a coisa mais comum naqueles tempos.

Tudo era motivo para desconfianças, um olhar direto, um jornal embaixo do braço, um sapato muito bem engraxado, uma gravata preta ou vermelha, nada escapava do olhar aguçado de um dos amigos de meu tio. Seu nome, Nilo. Era um colega de repartição. Tinha os olhos esbugalhados, bigodes bem fininhos, cabelos lambidos e grudados com brilhantina. Nunca havia visto pessoa tão desconfiada... 

Uma certa manhã ele me chamou de lado para dizer que ficasse atento aos engraxates da rua da Praia, pois eles andavam com os dedos engraxados só para sujar a camisa branca das pessoas desavisadas que não aceitavam seus serviços:

_Fica de olho guri!!! Esses malandros são tudo comunista!!!

Eu não via malandragem naqueles piás, praticamente todos guris da minha idade ou menos, que estavam ali na rua trabalhando, limpando os sapatos de todo mundo, renovando a aparência dos calçados dos que só tinham dinheiro  para pagar por meias-solas no sapateiro da esquina e, "olhe lá"! 

"Malandros"? Comunistas? Eu nem sabia o quê era isto???

Mas Nilo era desconfiado demais. Enquanto eu e meu tio observávamos as "donas boas" que desfilavam suas belezas sob a brisa suave que vinha do Guaíba, ele ficava observando as pessoas com extrema desfaçatez, pelo reflexo das vitrines...

18 de jul. de 2021

O comunista do Café Rian - VII

 Estariam entendendo tudo, não fosse a tremenda trave em seus olhos... E viva a Democracia!!!! Quer saber mais??? Contribua PIX 25926080010



16 de jul. de 2021

Por uma posição definitiva da sociedade - IMPEACHMENT JÁ

 


Um clipe reunido vários artistas está bombando nas redes sociais, coincidindo com um ato virtual pelo Impeachment de Jair Bolsonaro, que recolheu mais de 30 mil assinaturas de trabalhadores de vários segmentos culturais, representantes de movimentos sociais e setores da sociedade civil na quinta-feira (15/7).

Intitulada "Desgoverno", a música que embala o manifesto foi composta por Zeca Baleiro e Joãozinho Gomes, e sua gravação reuniu cantores, instrumentistas, atores e ativistas de várias regiões do país. Em ritmo de reggae, o refrão resume a mensagem: "Um homem sem juízo e sem noção não pode governar esta nação".

 Os artistas que participam do clipe são Aílton Graça, André Abujamra, Andrea Horta, Bárbara Paz, Camila Pitanga, Chico Salem, Dani Nega, Denise Fraga, Dira Paes, Danilo Grangheia, Érico Theobaldo, Ellen Oléria, Elisa Lucinda, Fabiana Cozza, Fernando Nunes, Gero Camilo, Julia Lemmertz, Letícia Sabatella, Kuki Stolarski, Luís Miranda, Malu Galli, Marco Ricca, Matheus Nachtergaele, Nô Stopa, Pedro Cunha, Sandra Nanayna, Simone Julian, Tata Fernandes, Tiquinho, Tuca Marcondes, Vange Milliet, Zahy Guajajara, Zeca Baleiro e Zélia Duncan.

O comunista do Café Rian - VI


As "donas boas" da rua da Praia dias de semana pela manhã, eram maravilhosas!!!! Meu queixo caia a cada cotovelada de meu tio apontando aquelas maravilhas.  A nata de mulheres bonitas, cinturas finas, seios avantajados, requebrados insinuantes... Eram manhãs que entre um cafezinho  e outro, passavam voando. 

Entre cigarros e cafés, conversas de todos os gostos, desde o futebol e das jogadas do lateral esquerdo colorado, Sadi Schwerdt,  às mancadas de Didi, e não era o trapalhão mas sim o atacante do colorado que passava por ali seguidamente e, todos mudavam de assunto ou ficavam quietos, eu não sabia o porquê... Saberia depois por causa de 2 uruguaios... 

8 de jul. de 2021

O comunista do Café Rian - V

Como disse, o aroma do fumo me embriagava, conduzia-me ao êxtase, fazia minha alma viajar milhas nas estórias propostas em uma imaginação fértil. Estávamos nos anos áureos da ditadura, nada podia ser discutido entre quatro paredes... A rua era o palco ideal! E alí, na calçada da rua, sentados em cadeiras de praia, nada era mais  normal... Família reunida era tudo de bom para aqueles tempos confusos e conturbados...

Voltando a nosso relato inicial, já se passava com certeza metade da década de 60 quando sai do apartamento da Vasco Alves, pra quem não sabe, Gen herói das batalhas Cisplatinas, para caminhar pela rua dos Andradas, por acaso, bem no inicio de tudo... Ali nasceu Porto Alegre!!! Salustiano com rua dos Andradas... Poucos metros de nossa casa!!! Mas deixemos isso pra lá.

Eu seria apresentado as mais belas "donas boas" da capital, isso sim valia a pena, meu tio, meu amigo amado só escutando Raul Torres pra entender. 

3 de jul. de 2021

O comunista do Café Rian - IV

No final de ano a casa ficava cheia. Meus tios chegavam para o Natal e Ano Novo com malas, filhas e todo o tipo de novidades. Meu avô recebia todos na casa com muito orgulho e sem parcimônia. 

Pai de quatro filhos, o vô Gustavo fazia questão de reunir toda a família, pequena para àqueles tempos. Meu pai, o primogênito, servidor público do estado, tinha três filhos, eu e minhas doces e queridas irmãs. Leda, minha tia professora, não tivera filhos. Vilmar, o "Gordo", meu tio bonachão, exator da mesa de rendas, tinha duas filhas e, o mais novo dos quatro, Gustavinho, terceiro sargento do exército tinha apenas uma filha. 

Eu era o único neto homem de meu avô, aquele que teria que dar continuidade ao sobrenome da família, era um peso enorme sobre minhas costas e todos cobravam, menos ele, meu tio...

Amigo da Onça
Sentávamos à frente da casa para jogar conversa fora e ver os raros
carros e transeuntes que passavam naquela quadra formada por apenas seis casas e a oficina mecânica do Baixinho, um picareta com cara de "amigo da onça" cuja simpatia era discutida por todos... 

Entre uma baforada e outra, se discutia de tudo. Gustavinho matava no peito um Continental sem filtro, meu tio economista, mais sofisticado, curtia um Carlton ou um Charm, eram os únicos fumantes da família. 

O aroma do fumo me hipnotizava e era fácil tornar-se personagem nas estórias contadas...

1 de jul. de 2021

O comunista do Café Rian - III


E assim minha visão foi abrindo, na verdade eu era limitado como todo garoto da minha geração. Buscava-se o conhecimento sobre coisas simples apenas na sala de aula, fomos adquirir uma TV somente em 1972, informação mesmo, somente quando íamos na casa de vovô.

Meu avô, viúvo, mecânico naval aposentado, trabalhou parte de sua vida embarcado. morava com Maria Antônia, prima da falecida vovó, hábil costureira  que se acomodou na casa desde jovem quando veio pra cidade trabalhar na fábrica de Tecidos, e por ali ficou até seus 99 anos. Solteira convicta, Bibi como era chamada pelas crianças, dormia em um quarto contiguo ao de vovô unidos por uma porta que permanecia sempre aberta.


O velho tinha adquirido uma habilidade espetacular com torno e forja graças ao tempo que esteve embarcado. Ele contava que muitas vezes teve que fazer peças para consertar o velho vapor balizador Benjamin Constant, com fortes ventos sudoeste no meio da Lagoa dos Patos  tendo que escapar da depressão da Feitoria para não encalhar. 
 
Na casa não tinha chuveiro elétrico, a água era aquecida em uma caldeira que ele havia feito na rua, ao lado do banheiro. Ali ele queimava jornais velhos e lenha seca que recolhia no quintal.  Em sua oficina encontrava-se ferramentas de todos os tipos, a maioria produzidas por ele com meticulosidade e paciência, coisa que não lhe faltava.  

Com seus dedos grossos e mão pesada, foleava todas as manhãs com extrema sutileza, o exemplar standard do Correio do Povo com seus 10 cadernos. Ninguém tocava no jornal antes dele, era uma das regras de convivência da casa da Álvaro Chaves, 505, somente quebrada quando meu tio chegava para as festas de final de ano.

continua...


30 de jun. de 2021

O comunista do Café Rian - II


No mais tudo era paz. Meus tios tinham uma preocupação com o bem estar dos vizinhos, nossas conversas eram aos cochichos, eu não entendia bem o porquê. caminhava-se nas pontas dos pés, arrastar uma cadeira nem pensar... Manias! Coisas de gente da capital, casal sem filhos, que mal faz arrastar uma cadeira? 

Eu, criado na Vila do Sapo, não entendia essas preocupações. Nossos vizinhos não eram tão exigentes assim. Nunca vi o Antônio Merdaco ou o João Louco, o corno mais feliz da Vila do Sapo, reclamarem por qualquer vozerio mais alto na  avenida que morávamos no Bairro Nossa de Fátima. E por falar em João Louco, esse mereceria um capítulo a parte, quem sabe um dia ainda escrevo sobre a forma como ele se esquivava para deixar o caminho aberto para o "Cabelinho", (cara de boa aparência traje refinado mas gosto estranho para mulheres), chegar até a cama da dona Z, esposa do corno João Louco;  Antônio Merdaco também tinha seu histórico no serviço de saneamento, pelo nome, imaginam com o quê. Mas isso não vem ao caso.

Eu, por ser convidado, cumpria todos as exigências no pequeno apartamento da família Caetano. Tomava banho todos os dias, escovava os dentes, brincava silenciosamente
com a escova de chão, meu fusca imaginário - uma vez em companhia do meu querido avô, apreciamos por horas em uma vitrine da Otávio Rocha, um fusca bombeiro bate-volta que eu, com minha imaginação fértil, acreditei que seria presenteado - sonho até hoje. Na falta do fusca, servia-me a escova de chão, nunca tive brinquedos de menino em minha infância, coisa rara para os filhos dos proletariados naqueles tempos... 

E assim minha visão foi abrindo... continua em breve

29 de jun. de 2021

O comunista do Café Rian


Já passava brincando metade da década de 60, quando fui apresentado às colunas do Café Rian, térreo do Edifício Santa Cruz ali na Rua da Praia em Porto Alegre,  local frequentado por jornalistas, políticos, profissionais liberais, jogadores de futebol, estudantes e uma boa parte da burguesia  que fazia questão de passar por lá só pra ser notada por algum colunista ou jornalista novato que sem matéria usava a aparição para promover o nome.

Eu, rapazote  com pouco mais de 12 anos, viajava para capital durante as férias de verão e fazia pousada no apartamento de meus tios, ela professora do estado, ele economista do Deprec e professor na PUC-RS. Um casal sem filhos que dividiam o pequeno apartamento da rua Vasco Alves, 229 - entre as ruas Riachuelo e Andradas, centro histórico da capital gaúcha - com sua mais que secretária, Divah, que os serviu até o fim da vida. 

Era uma habitação pequena com cozinha, dependência de empregada com banheiro, sala, quarto, biblioteca e banheiro social com banheira e junker a gás, coisa fina pra epóca. Ainda tinha uma pequena área de serviço ao lado da cozinha onde podia-se ouvir as conversas dos vizinhos e espiar o edifício ao lado. 

Eu dormia na biblioteca. Improvisava a cama em uma poltrona reclinável que meu tio usava para ler seu livros e organizar suas coleções. Ele adorava livros! Tinha uma curiosidade intrínsica sobre tudo  pesquisando a fundo qualquer assunto só para ter argumentos e fundamentos para discutir os arrancarabos da época com os colegas da repartição. Colecionava selos, moedas, discos e vinhos portugueses, comprava todas  as revistas e jornais, estava sempre bem informado. 

Na sala um sofá de canto forrado com um plástico transparente, onde não se podia por os pés, tinha uma mesa com tampo em mármore e no canto da sala, em frente, uma tv Philco Predicta última geração, que nos passava as informações do mundo pelos dois canais disponíveis, TV Piratini canal 5, Rede Tupi naquele tempo ou TV Gaúcha canal 12 afiliada a TV Excelsior. 

Eu amava o conforto daquele lugar, as coisas todas em seu lugar, o cheiro dos livros o reflexo da luz nas lombadas multicoloridas o perfume da cola dos selos, a comida feita por Divah e o silêncio que só era quebrado pelo zunir dos bondes que freavam na curva da rua Gen Salustiano logo abaixo dos fundos do apartamento de onde da janela da biblioteca tinha-se uma visão completa da Usina do Gasômetro e sua magnífica chaminé. 

No mais tudo era paz. Meus tios tinham uma preocupação com o bem estar dos vizinhos, nossas conversas eram aos cochichos, eu não entendia bem o porquê. caminhava-se nas pontas dos pés, arrastar uma cadeira nem pensar... Manias! Um dia entenderia...

...continua

28 de jun. de 2021

28 de junho

Todo o ser humano deve ser respeitado e ter todos os seus direitos garantidos independente de cor, credo religioso, status social ou gênero. 

27 de jun. de 2021

I live - E ainda te amo

As vezes me pergunto, como esquecer algo que foi marcado em tua vida como com ferro em brasa, impossível! 

Tem coisas, pessoas, fatos, acontecimentos que deixam marcas, isso é comum, todos temos alguma marca que nos acompanham pela vida inteira; Marcas de machucados, de quedas, feridas mal cicatrizadas, amores mal resolvidos, é a vida! Não evoluímos sem marcas! E que bom que elas ficam.

Alguns segredos deixam marcas para a vida toda. E como é difícil esconde-las! O primeiro amor, marca tua vida, quem esquece? Teus filhos lembram-no sempre. 

O segundo amor, esse é impossível esquecer por que ele surge quando já perdemos as esperanças, quando estamos desistindo de tudo. Ele aparece do nada, num sorriso, num olhar, numa palavra de carinho,e fica! Ele gruda em nós e, como o ferro quente, ele nos marca para a vida inteira! E você com certeza me marcou, isso não dá pra esconder. 

Lembra? 



23 de jun. de 2021

Winter - Sem cor

Colônia São Pedro - Winter


A natureza avisa aves e marujos,
Recolham asas e velas!
Pois chegaras  inflexível
Transformando a brisa em borrasca,
Furiosa esvoaçando pensamentos,
Esfriando corações mais frágeis
Deixando inerte os sentimentos. 
Gelado como a cor disfarçada do dia,
Cinza.
Salvou-me tua lembrança!


3 de jun. de 2021

Assassino de relações

Cassino
Quando me encontro frente as letras
Perceptível torna-se a delicadeza das palavras.
Fazer poesia é fácil,
Fixar o fato, é deveras complicado.
Assim como os sentimentos são confusos,
Verdadeiros enredos teatrais.
Seria a verdade algo inexplicável?
Ou por ser genuína e casta,
Torna-se o óbvio que ninguém aceita.

Sou teimoso!
Já matei relações tantas vezes
Fugindo do banal,
Seguindo sem temor
Impulsivo e passional
A procura do amor.

31 de mai. de 2021

Lua nua


E então você apareceu.

Linda, Bela, Nua, 

Lua!

E assim meu sonho confirmou,

Belo, Quente, Iluminado,

Forte.

E se fez o amor,

Puro, Intenso, Ofegante,

E veio a manhã com gosto de inverno.


5 de mai. de 2021

Merecemos uma segunda chance

                                   
Novo dia enfim,
Conte-me seus planos!
Estou neles?
Sim ou não?
Orbito em sua galáxia,
Estou na sua trajetória?
Sim ou não?

Faço parte do seu futuro,
Ou já sou passado?
Tenho medo de ver as respostas,
De desvendar o vindouro
E alvorar as ideias!

4 de mai. de 2021

Ainda te espero





Precipitar por que se tempo não falta,
Simples assim.
Tenho todo o tempo pra te esperar.
Posso fazer a mesa e sentar,
Deitar na rede e sonhar.
Simples assim, 
Tenho a eternidade para te esperar.
Ver a chuva passar,
O sol esquentar,
As folhas caírem,
O gramado verdejar,
Os pássaros fazerem ninhos.
O que é esperar um dia,
Uma semana, um mês.
Posso te esperar pela vida inteira!
Até a cor voltar na tua fotografia.
Tu sabes, não desisto.
Porque te amo!

29 de abr. de 2021

Piloto automático

Cascatinha

Descobri, estou no piloto automático!

Sigo os mesmos passos todos o dias e não chego a lugar algum. Não vejo saída nem resultado próximo daquilo que eu desejava e, como desejava!

Vou ter que fechar a porta, abrir espaço para a razão deixando esse sonho no passado junto com outros tantos que já nem lembro mais. Não perdi, apenas desisti de travar batalhas. Não fui derrotado não, apenas cansei, perdi tempo demais, não se pode perder tempo na vida assim. 

Sei que vai doer. Um dia passa. 

Vou desligar o piloto automático e pousar suavemente na realidade.

 

8 de abr. de 2021

Felicidade e autoconhecimento


 Uma vez pediram que falasse sobre a felicidade. Eu perguntei. de quem? Isso é muito particular, não é algo plural! Alguns ficam felizes com o sucesso profissional, outros com sucesso no amor. Outros mais, ficam felizes com a chuva, com o frio ou com o calor. Às vezes, simplesmente com o raiar do sol ou com o brilho das estrelas. Não tem como explicar o gatilho da felicidade... Explode do nada!!!  Alguns objetos nos fazem feliz por algum tempo, assim como todos os descritos acima, então não se iluda, essa felicidade com o carro novo vai passar. 

A felicidade esta no seu interior! Reserve um tempinho para buscá-la, vá ao encontro do seu EU! Você verá que não há nada mais lindo e puro que o autoconhecimento. A felicidade está lá! Nada de complexo nem inexplicável, é algo singelo! Não é crença, mas sim algo que procuramos em todas as nossas ações.

Hoje estou feliz!

29 de mar. de 2021

Vivo pensando em você

 


Eu estava pensando em você...
Alias, vivo pensando em você... 
Vou ser mais claro:
Vivo somente para pensar em você. 
Esse é meu destino.
Podes até dizer que sou louco. 
Então sou! E daí? Amo-te assim!
Como se nada mais houvesse,
Apenas você. Amo-te sim! 
Pois amar-te não me leva ao fim, 
Mas ao inicio.
Estou pensando em você..... 

E como é bom saber que você ainda não me esqueceu.

7 de mar. de 2021

Poeta fingidor



Quando a vontade de ficar só for maior que a vontade de ir ao cinema, é hora de repensar tua existência. Não vale a pena ficar na solidão, só os poetas entendem!   Eles são fingidores:

    • O poeta é um fingidor
    • Finge tão completamente.
    • Que chega a fingir que é dor,
    • A dor que deveras sente.
    • E os que leem o que escreve,
    • Na dor lida sentem bem,
    • Não as duas que ele teve
    • Mas só a que eles não têm,
    • E assim nas calhas de roda,
    • Gira, a entreter a razão,
    • Esse comboio de corda,
    • Que se chama coração".                                           
                                                                 Assim falou Fernando Pessoa.                                           

23 de jan. de 2021

Um bom vinho

Não fosse o adiantado da hora
Abriríamos um bom vinho e,
Prosearíamos pela noite a dentro
Sem darmos importância ao tempo
Nem ao que iriam pensar
Aqueles que nos vissem brindar.

Não fosse o adiantado das horas,
Com certeza nem pensaríamos em ir embora
Antes do dia raiar.

Maldito relógio!

2 de jan. de 2021

Escudo, escolta, proteção

 

Escudeiro

Dez meses em casa, saindo apenas para extremas necessidades. Amigos, nem pensar. A última visita não teve os mesmos cuidados e, já foi, Deus o guarde Pascoal!

Eu queria contar com a proteção da vacina que até agora só está em discussão política enquanto os mortos engrossam as estatísticas. Políticos filhos da puta!!!

Revendo minhas mensagens encontrei essa que expressa um pouco o sentimento da maioria do povo brasileiro. Ela dizia o seguinte: 

" AULA DE GRAMÁTICA" 

 Filho da puta não é palavrão.

A expressão "filho da puta" é adjunto adnominal quando a frase for:

_ Conheci um presidente da república "filho da puta".

_Mas, se a frase for, o Bolsonaro é um "filho da puta", aí é predicado. 

_Agora, se a gente usar a frase, esse "filho da puta" não está fazendo nada para combater a Covid-19, "filho da puta" passa a ser sujeito.

_Porém, se o cara aponta uma arma pra testa do presidente e diz, agora nega o envolvimento com a milícia "filho da puta", aí é vocativo.

_Finalmente se a frase for, "o presidente, aquele FILHO DA PUTA retirou dinheiro da área da saúde, aí é aposto.

Que língua a nossa não?

Agora vem o mais importante pro aprendizado, se estiver escrito, "ele foi expulso do exército" no passado mas, mesmo assim, ele se denomina capitão! Filho da puta é sujeito oculto,

É surreal a visão desse "filho da puta".

Enquanto isso vou contando com a proteção  de "Booz e Jachin", das asas do meu anjo-da-guarda e do Supremo:. Obrigado DEUS!


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