26 de set. de 2020

A segurança da rotina no bar do "Chico"

Rotineiro, costumeiro, habitual, cotidiano, tradição, não importa o adjetivo ou o substantivo, eu particularmente gosto de tradicional, assim definíamos eu e meu amigo  Danilo Rizzo, o café no Armazém São Francisco. Com sol ou chuva estávamos lá "habitualmente' às 9h15; um croquete e meia-taça com leite no inverno, um suco "ValleFrut" ou uma "Coca Diet" no verão.

Era "costumeiro" encontrarmos os irmãos Martins, João e Zeca, nunca faltava assunto, o Zeca tomando um Quick Morango com duas bananas, o João se deliciando com uma Coca-600 acompanhada de um sanduíche  de pão pra doente - como ele chamava o pão integral - era sempre a mesma choradeira na hora de pagar. Não sei quem chorava mais se o Sandro ou João que era fregues há 40 anos. Tinha cara de mau, mas era só cara. Algumas vezes meu amigo de infância, Mauro Gomes, que também fazia parte dos motoristas da empresa, se juntava com Zeca só pra falar de carros antigos, a paixão de ambos, o Mauro tem um Camaro 80 o Zeca um Rover P4, acredito que 62, aí o bicho pegava e os 15 minutos do café e do estacionamento passavam voando.

"Cotidianamente" meu colega de serviço, Santana, tomava rapidamente um café puro com pão na chapa. Tinha que ser rápido para ir pra rua fumar e contar suas histórias aos taxistas do ponto do Bubi, como tinha histórias...

Dona Vera e Sr. Francisco fecharam a lancheria e mercearia que desde os anos 70 atendiam com cortesia qualquer um que por lá chegasse. Vamos sentir muita falta dessa "rotina," nós e a dupla de cães que guardavam a porta do estabelecimento e só se afastavam dali para comer as salsichas que o Rogério comprava para dar-lhes à boca.

Eu, particularmente, já sinto uma falta tremenda dos papos com o longevo Francisco Ireno Betemps, 77 anos, o primeiro dos 8 filhos de Ireno Fouchy Betemps. 

E para acabar vou usar o ultimo sinônimo de rotina, acabou o "ritual" dona Vera, meu café continua sendo bem forte como a saudade que sinto dos amigos.

18 de set. de 2020

Sol e Lua

 

Ela tem o mesmo brilho de cinqüenta anos,

A  cor que pintei na minha infância.

Desperta cedo com sol ou chuva,

Vai à luta assim como eu,

Que percorro o mesmo trilho,

Piso nos mesmos ladrilhos,

Herança dos meus avós!

Conjugo o verbo no singular, sem nós! 

Nesta cidade sem pudor.

Desfilo minha dor,

Como as pessoas  que,

Sorriem e choram em suas ruas,

Sob o sol ou sob a lua!

Nesta cidade, nua e crua!

 

11 de set. de 2020

O Sol

E lá vem ele novamente. o sol
Outro dia!
Teimosia pura. Por que insistir?
Só faz lembrar que vamos estar distantes
Você e eu, separados...
Amargurados e sem graça.
Me dói olhar no espelho e ver o que não queria ser,
Um solitário no meio da massa!
Por que não choveu hoje?

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