Acordei!
Estava ali, só, ainda sonolento,
Não naquele mundo de ilusões
Formado por sentimentos furtivos...
Mas no real mundo que tanto tememos!
Amargo, cruel, louco, bruto e doido!
Entre guerras insanas e disputas obtusas,
Com irmãos na extrema fome,
E eu, o egoísta, pensando em mim!
Que direito eu tenho em expor minha dor?
A dor do mundo é infinitamente maior!
É a dor de quem perdeu tudo, até as expectativas.
É a dor de quem tem fome,
De quem teve o lar destroçado pelo ódio,
De quem dorme sob as estrelas, ou sob os flashes de bombas
De quem perdeu a mãe, o filho, o chão,
em guerras que nem eram suas.
Que tornou tinta o sangue
para pintar uma aquarela de sofrimento.
Aos irmãos que seu credo renegava.
Como queria agora Senhor,
Que toda minha angústia oprimisse o opressor...
Minha dor era mesquinha
Não teria direito de chorar!
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