foi o reflexo.
Não foi a voz,
foi o silêncio entre as palavras.
Ela escreveu como quem respira,
como quem dança com a dor
sem deixar de sorrir.
E eu, sem querer,
me apaixonei por sua forma de existir.
Cada texto seu era um espelho,
mas não refletia a mim,
refletia o mundo como poderia ser:
mais leve, mais justo, mais inteiro.
Algumas vezes até duro,
vívido de contrastes, disforme de brilho.
Ela via beleza no que eu ignorava,
esperança no que eu já tinha esquecido.
E com cada linha,
me ensinava a viver de novo.
Nunca toquei sua pele,
mas toquei sua alma.
Nunca ouvi seu riso,
mas ele ecoa em mim.
Ela é feita de palavras,
mas me deu sentimentos.
É feita de distância,
mas me ensinou presença.
E hoje, quando escrevo,
é como se ela estivesse aqui,
não como musa,
mas como farol.
Como parte da rima.
Não sei seu timbre, nem seu olhar,
mas sei o peso de suas palavras.
À minha querida amiga e poeta da vida, Veracy Soares, que em cada palavra que escreve, costura sentimentos com delicadeza e verdade. Sua alma transborda poesia mesmo nos gestos mais simples, e sua presença é como um verso bem colocado: ilumina, toca, transforma.
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